terça-feira, 29 de março de 2011

Desabafo

Estou na janela da minha casa olhando a chuva cair na superfície da terra,
Ligo o meu aparelho e começo a escutar as emissoras FMs,
Começo a pensar nos meus problemas profissionais e amores,
Penso, hoje é Domingo amanhã tenho que ir trabalhar.
Me pergunto será que estou tão desmotivado e querendo lagar o meu trabalho
Tenho vontade de ir ver o mar mas infelizmente não tenho dinheiro nem para viajar na cidade mais próxima,
No tempo de estudante como eu queria ter uma namorada hoje cada vez vejo mais longe a possibilidade de amar e encontrar a mulher dos meus sonhos,
Como eu sinto saudade do tempo do colégio e tempo que eu tinha colegas e amigos de verdade,
Sinto saudade do tempo que eu sonhava com uma vida melhor,
Começo a fazer uma reflexão sobre a minha vida cheias de erros e acertos,
Sinto que cada vez que os anos passam e eu vou ficando mais velho as minhas neuroses e traumas aumentam cada vez mais,
Mais decadente e solitário eu sinto, 
Estou cheio de ser humilhado e desprezado,
Estou cheio de ver meninas da minha cidade não aceitarem o meu amor só porque eu não tenho um carro ou uma moto,
Como eu gostaria de ir para um lugar bem longe daqui e poder viver como eu quero poder me sentir um ser participante e atuante dentro da sociedade,
Como eu queria poder realizar o meu sonho de ser um cantor famoso,
Poder cantar em grande palcos do Brasil e do mundo,
Como eu queria ser o homem mais rico do planeta poder provar e mostrar para todos aqueles que me humilharam e me desprezaram no passado e no presente,
Eu continuo na luta não vou parar enquanto não alcançar os meus objetivos.
Só sei de uma coisa tudo seria mais fácil para mim se a pessoa que eu amo viesse cair nos meus braços e me amasse por toda eternidade.

Autor: Paulo Furtado           04/04/1986

sexta-feira, 25 de março de 2011

Trajetória de Paulo Furtado parte 7


Paulo Furtado entrevistando João Garcia
Paulo Furtado entrevistando Fernando Carvalho

Esperando o Halley

Estou caminhando pelas ruas desertas olhando para o céu azul,
Vou para a praia,
Pego a minha asa delta,
Subo no morro
Começo a voar
Sinto uma sensação estranha daqui do alto,
Daqui da para ver essa selva de pedra chamada cidade grande,
Daqui de cima eu consigo esquecer os meus problemas,
Voo de um lado para outro entre as montanhas
De repente resolvo pousar no topo do morro
Fico sentado por vários horas,
Começo a observar o por do sol que cai devagarinho no horizonte do mar azul,
Começo a lembrar do passado
Os momentos de felicidade que eu sentia,
Começo a lembrar onde andará as duas mulheres que eu mais amei na terra,
A noite começa a chegar devagarinho
As estrelas surgem no céu,
A cada hora e cada minuto mais eu começo meditar sobre a minha vida tão estranha
Uma das muitas perguntas que eu me faço todos os dias,
Como é que eu pude viver todo esse tempo da minha vida tendo a solidão como minha companheira
Não consigo encontrar resposta sobre a minha missão na terra,
Tento mais não consigo entender a violência, a falta de amor e o desprezo do ser humano com o seu semelhante,
Gostaria de saber porque será que os anos passam e as pessoas vão se sentindo mais sozinhas,
Porque será que o ser humano corre tanto em busca do dinheiro e da vitória sobre o seu rival
E não busca a paz, o amor, a fraternidade e a glória de estar nos braços de uma mulher?
Me pergunto porque será que o homem quer tanto ser o mais superior que os animais e a natureza?
Busca sempre destruir a natureza e os animais em nome do progresso
Porque será que as nações vivem em conflitos procuram solucionar os problemas através das guerras?
Porque será que eu a cada ano que passa me sinto mais desiludido e desmotivado de viver?
A noite chega e eu aqui do alto do morro olhando essa constelação de estrelas esperando aparecer o cometa,
Quando de repente começa a surgir aquela esfera de fogo cortando o ceú,
O viajante do sistema solar que nos visita a cada 76 anos enche o meu coração de emoção,
Fico observando o cometa de Halley por vários minutos,
O dia começa a pedir passagem
O sol começa a despertar
O cometa desaparece ao meu olhar
Pego a asa delta levanto voo para a praia
Pouso na areia fico pensando no cometa
De repente a brisa do mar bate no meu rosto
E eu começo a ver na minha frente uma garota vestida de azul vem na minha direção e pega na minha mão e eu começo a sentir que estou indo embora do planeta terra para quem sabe retornar daqui a 76 anos.



Autor: Paulo Furtado              26/03/1986

Glória 1 x 0 Avenida Segundona Gaucha 2011 parte 1

quinta-feira, 17 de março de 2011

Lágrima de Chuva

Um dia de verão na minha terra com muita chuva e eu aproveito para ficar em casa olhando as minhas gravuras que quando uma em especial me atrai. Uma gravura com um lindo por do sol e jovem com sua prancha de surfe encostando numa palmeira observando o por do sol,
Começo a me imaginar no lugar desse jovem numa linda praia com um mar bem azul,
Com a minha "gatinha" e o meu filho, vivendo numa cabana de frente pro mar. Eu vivendo aquela vida que pedi a Deus com muito mar e natureza.
Estou imaginando eu amando a "gatinha" em plena praia em uma noite de lua cheia.
Estou me vendo ensinando o meu filho a tocar violão e a ser um grande surfista.
Como eu queria poder sentir nesta praia aquele bem estar e aquela coisa tão boa e diferente que a gente sente quando se é adolescente.
Como gostaria que nesta praia eu tivesse muitos amigos e pudesse me reunir todos os dias com eles e jogássemos um futebol de vez em quando.
Como eu gostaria de viver sem responsabilidade, sem ter de cumprir horários para isto e aquilo.
Viver uma vida de liberdade e muita paz.
Caio na realidade e vejo que tudo isto nunca vai acontecer é somente um sonho impossível de realizar.
Caio na cama e começo a chorar como o tempo que chora lá fora lágrimas de chuva.

Autor: Paulo Furtado                21/10/1986

O por do Sol

Mais um ano se passou
Mais uma primavera e verão se foram
Mais um inverno está para chegar
E eu aqui continuo esperando por ela
Aquela "gatinha" que vive nos meus sonhos,
As vezes chego a pensar que nunca a solidão irá me deixar,
Na solidão do meu quarto e eu me vejo na beira do mar contemplando aquele manto d'agua azul,
Tem dias que me dá algo estranho vou olhar o por do sol da janela e uma tristeza e uma saudade toma conta de mim,
Saio todos os dias pelas estradas esperando que um dia apareça uma "gatinha" bonita que se apaixone por mim,
Tem dias que começo imaginar como deve ser bom amar e ser correspondido,
Como é gostoso você chegar em casa e ver tua "gatinha" te esperando para aquele amor sem fim na madrugada,
As vezes eu sinto que o ser humano tem vergonha de amar,
Para muitos o amor é para quem não tem o que fazer e fica em casa pensando bobagens,
Mas eu não, considero esse sentimento estranho que transforma nossas vidas como um presente divino de Deus,
Fico pensando que desde de criança parece que o amor para mim era proibido e ainda parece que continua sendo toda vez que me apaixono por alguém,
Esse alguém foge ou me despreza para o resto da vida,
Mas eu continuo lutando pelo amor impossível como muitos dizem só porque eu gosto de mulheres bonitas,
Eu sempre desde de pequeno tive uma vontade louca de sair de minha cidade e conhecer o mundo,
Tem pessoas que dizem não tenho amor pelas coisas da minha terra,
Mas eu não sei se tenho ou não, só sei que a vontade de trocar de lugar é grande,
Desde pequeno sempre fui sozinho,
Brincava sozinho e jogava sozinho,
Me lembro também que desde de criança eu adorava olhar o céu azul e o por do sol.
Não consegui encontrar resposta sobre esse gosto estranho até agora,
Fazendo um balanço de minha vida, até me diverte bastante é verdade que muitos desilusões e mágoas trilharam os meus caminhos nessa vida. Mas eu não me incomodo
Vou continuando todos os fins de tarde contemplando esse por do sol que parece está me chamando para descer o horizonte com ele.
Fico aqui observando tudo e esperando que um dia a 'gatinha " do meus sonhos venha contemplar esse por do sol comigo.

Autor: Paulo Furtado                    31/01/1986

terça-feira, 15 de março de 2011

Os amigos que nunca se encontram

Olhando da janela do meu apartamento vejo as "formiguinhas" lá em baixo caminharem cada um para um lado diferente sem se cumprimentarem e sem olharem.
A gente que tem fé acredita e tem certeza que no dia que morrermos todos iremos para algum lugar que não sabemos a onde fica.
Eu observando as "formiguinhas" humanos fico meditando uma duvida e começo a me perguntar será que quando morrermos encontraremos os nossos amigos terrenos?
Quanta gente eu conheci nesta minha vida
Quantas emoções eu vivi
Eu acho se não existir alguma coisa após a morte não haveria graça nos vivermos,
Como seria bom encontrar todos os meus amigos que conheci em vida lá no lugar dos mortos,
Tenho certeza que formariam uma comunidade de jovens e os bons tempos vividos aqui na terra voltaria lá também.
Como eu gostaria de encontrar também as pessoas que rapidamente passaram pelas nossas vidas e deixaram boas recordações e aquelas pessoas que na terra há anos a gente não vê e nem sabe por onde andam,
Gostaria de encontrar lá no paraíso das almas a "gatinha" que eu mais quero na terra.
Como eu queria que tivesse uma praia e que eu e a minha "gatinha" pudéssemos nos amarmos numa noite estrelada de lua cheia,
Como eu gostaria que tivéssemos um festival de rock  e eu pudesse encontrar Janis Joplin, Elvis Presley, Jimmi Hendrix, Lennon e Carppentrs.
Como eu gostaria de subir no morro mais alto do paraíso dos mortos num dia de céu azul muito sol e que a brisa suave batesse no meu rosto que eu voasse bem alto de asa delta e me sentisse um Deus nas alturas.
Chega a noite saio a caminhar pelas ruas dessa grande capital vejo as luzes das boates as pessoas dançando,
Olho para o manto negro do céu e começo a observar as estrelas aparece a lua tão bonita como uma mulher vestida de branco desfilando pela noite
Começo a sentir uma saudade de algum lugar, de alguma pessoa que deixei em qualquer parte desse mundo ou de outra vida que vivi. antes dessa,
Continuo minha caminhada pela cidade vejo marginais roubando e matando vejo prostitutas fazendo ponto nos metro, vejo crianças dormindo pelas ruas e depois de ver esses espectáculos deprimente vou de volta para o meu apartamento,
Vou para janela e torno a observar o céu estrelado fico imaginando onde será que anda aquelas pessoas que conheci no passado a onde será que vivem?
Será que já morreram?
Começo a pensar como o tempo pode ser tão ingrato com a gente as coisas passarem tão rápidos.
Lembro das minhas paixões de adolescentes e dos dias de inverno de 1977.
As vezes vou na minha cidade encontro pelas ruas muitas garotas que eu me apaixonei no passado e vejo elas com os seus esposos ou namorados. Fico feliz de ver elas felizes em suas vidas.
Mesmo nesta cidade grande vivo sozinho como lá no interior continuo a procura da mulher dos meus sonhos que não sei há onde anda as vezes penso que vou morrer nunca vou encontrar essa "gatinha".
Olhando aquela constelação de estrela lá no escuro eu começo a me perguntar por que será que as pessoas de diferentes lugares não voltam a se encontrar em outra parte do mundo.
É uma pergunta que sei pelo resto da vida não encontrarei resposta.

Autor: Paulo Furtado                      21/01/1986

sexta-feira, 11 de março de 2011

A Carta que o Vento Trouxe

Era uma tarde com muito vento,
Os coqueiros se dobravam de um lado para outro,
O mar estava muito agitado que trazia suas ondas até a beira da praia,
Eu estava caminhando pela calçada daquela cidadezinha praiana,
Olhava os surfista fazerem evoluções em cima de sua pranchas fantásticas sobre as violentas ondas do mar,
O vento batia tão forte que me fazia sentir de cabelos compridos agitando pelo ar,
Papéis rolavam pela calçada quando uma carta rola até aos meus pés,
Pego-a e começo a ler a carta estava escrita dessa maneira
"Sou um jovem triste vive alienado numa pequena cidadezinha
 Só vivo lembrando do passado que nunca mais voltará
Como eu sinto saudade do tempo que eu era criança parecia que os anos, os dias, os meses custavam tanto a passar,
Hoje  eu não tenho amigos como eu tinha no tempo do colégio
Chego o final de semana fico andando solitário pelas ruas como uma alma penada,
Sento no banco da praça vejo os rapazes com suas namoradas e eu sozinho, sonhando que um dia apareça uma gatinha que me ame e me faça feliz.
Sinto tanta tristeza quando lembro dos meus amores perdidos,
Ando pelas avenidas sempre com uma esperança que um dia por acaso eu encontre a garota que eu quero amar pelo resto da vida,
As vezes eu começo a refletir sobre tudo que eu fiz nesta vida e começo dizer para mim mesmo como eu pude viver tão sozinho até agora,
O meu maior sonho da minha vida e de poder comprar uma moto, usar uma cabeleira comprida e morar numa cidade praiana em um apartamento de frente para o mar,
Estou escrevendo esta carta que não sei qual a pessoa desse mundo que irá ler
Mas espero que essa pessoa que ler essas palavras escritas nesse simples papel de carta não pense que eu estou fazendo  fita sobre a minha solidão,
Não quero mais me prolongar com esse monologo escrito,
E para você amigo desconhecido um ano muito bom que tudo que sonhes se realize

Um abraço 

Amigo Solitário"

Depois de ler essa carta continuei a minha caminhada pela praia os rapazes voam bem alto com as suas asas delta
O sol reflete seus raios estranhamente com todo aquele vento que continuava tomando conta da praia, 
E o céu estava tão azul como o mar
De repente como por acaso uma garota muita linda vem correndo pelo calçadão e sem querer esbarra em mim e ai começa a surgir entre nós um grande amor e finalmente os meus infinitos dias de solidão estão acabados.


Autor: Paulo Furtado                          17/01/1986
 

quinta-feira, 10 de março de 2011

Em Busca......

Estou na cobertura desse arranha-céu olhando para as estrelas,
No horizonte desta cidade grande vejo luzes nos prédios e casas a quilometros de distancia,
Desço pelo elevador até o térreo,
Pego a minha moto,
Vou pela noite a dentro em busca de uma paixão noturna a procura de uma mulher que por pouco instantes me faça feliz,
Vou rodando, desorientado e sem destino pela ruas escuras,
Enquanto parte do mundo dorme
Eu ando solitário a procura de qualquer bordel para matar a minha solidão,
Amanhece o dia vou acelerando minha moto pelas estradas solitárias,
O sol bate forte no meu rosto,
Olho para o céu azul sinto uma esperança que vem do ar,
Vou rodando em busca de uma praia qualquer em algum canto desse pais,
Vou em busca da mulher mais lindado mundo,
Vou em busca do amor sincero,
Vou em busca de cristo,
Vou em busca da minha origem na terra,
Vou em busca da morte,
Vou em busca da paz e da felciidade rodando sem destino por aí solitário com a minha moto em qualquer lugar desse planeta.

Autor: Paulo Furtado                              22/10/1985

quarta-feira, 2 de março de 2011

Poema Para Eliane

O Planeta Terra viaja no espaço girando em torno do sol,
Nós seres humanos não sabemos de onde viemos e nem para onde iremos,
O sol nasce todos os dias iluminando as nossas vidas e regendo os nossos destinos,
Eu estou aqui caminhando solitário pelas ruas,
Olho para o céu azul
Vejo um avião cortando os céus,
Vou para a praia,
Me sento na areia e fico contemplando o mar,
Chega a noite vou para casa dormir,
Chego em casa me deito na cama e caio no sono,
Sonho que estamos caminhando abraçados pela praia e logo após eu a beijava em frente ao por do sol,
Desperto do sono,
Sinto que estava sonhando
Começo a lamentar por ter sido um sonho
Como eu queria poder ti abraçar, beijar o teu corpo todo,
Eliane como eu queria que você soubesse o quanto ti amo,
O meu amor por você é mais forte que o sol, que o vento e o mar,
As vezes peso perdão a Deus por querer que o teu namorado morra ou bomba exploda em cima dele e deixe você para mim,
Como eu queria estar no lugar dessa pessoa que você ama,
Sinto inveja desse cara poder ti amar,
Pego a minha moto, saio pelas estradas tentando te esquecer, mas não consigo o teu rostinho lindo que me transmite tanta bondade não sai do meu pensamento,
Vou para as boates procurando outras mulheres mas ainda e só você que penso e desejo,
Queria tanto que você largasse o teu namorado e viesse comigo conhecer o meu mundo e a minha vida,
Viesse sentir o meu amor e aprender a me amar,
Como eu gostaria de morar com você em qualquer praia solitária desse planeta,
Nós tivéssemos uma casinha de frente ao mar, que eu pudesse me acordar e sentir com você a magia do amor,
Eu sei que é impossível conquistar o teu coração,
Sei também que ninguém vence a força do amor,
Mas me contento em ter a tua amizade
Poder olhar para os teus olhos castanhos
Poder ouvir a tua voz
Apesar de te conhecer tão pouco eu quero que você minha amiga Eliane consiga realizar todos os teus sonhos e seja muito feliz nesta vida,
Queria que você soubesse Eliane que em qualquer lugar que tu estejas nunca esqueça que em qualquer parte desse planeta existe um amigo que ti ama e nunca vai esquecer de você,
Se um dia você sentir uma brisa suave bater no teu rosto é a minha alma que veio te beijar em silêncio.

Autor: Paulo Furtado     14/09/1985