sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Massa humana

Todas as manhãs uma massa vai para o trabalho
Nas grandes empresas todos trabalham para dar lucro ao patrão
O patrão confinado no seu escritório manda e desmanda  sem consultar ninguém,
Os pobres dos peões que não podem contestar as ordens do patrão,
O patrão sempre está certo
o operário sempre está errado
O patrão demitem sem saber se o trabalhador é casado, solteiro, se tem filhos ou não,
O patrão só pensa no lucro
O operário só pensa no minguado salário para ver se pode gastar ou não.
O sol se põe
E cai a noite devagarinho
Aquela massa humana de operário vão para casa
Para outro dia começarem tudo de novo
A serem explorados
Mas com a esperança que um dia às coisas poderão mudarem
Que dias melhores virão.



Autor: Paulo Furtado

Vacaria RS, 10/05/1990


Partindo Para Bem Longe

Estou olhando o céu
Uma vontade de partir para outro lugar,
Bate no meu coração
Quero sair dessa cidade
Para bem longe
Para nuca mais voltar
Quero esquecer da mulher que me fez sofrer
Quero deixar essa maldita burguesia daqui
Que me fez sofrer e só me humilhou
Quero sentir o beijo e o abraço forte
Daquela morena que um dia deixei fugir
Quero pegar as mochilas
E os meus sapatos velhos
Pegar um ônibus
E não olhar para trás
Quero viajar com o arco-íris na minha frente
Depois da chuva aquele sol de verão
Igual o dia que tentei amar a Marlete
Vou embora buscar algo que aperta no meu peito
Buscar a felicidade e a paz que tanto busquei nesta cidade
E não encontrei.


Autor: Paulo Furtado


Vacaria 09/05/1990


Marlete

Como vai você depois de algum tempo resolvi escrever,
Não estou muito bem. Estou desempregado, mais uma vez a burguesia me persegue e tira a mais sagrada atividade humana o trabalho. Estou com muitos problemas sentimentais. 
Um amor antigo por uma menina que amei no passado voltou. Estou mau porque mais uma vez vi ela com outro e essa moça me odeia pro algumas crises de ciúme que tive. Ela não me ama e não consigo esquece-la. Aliás a única mulher que me fez esquecer essa menina foi você Marlete.
Você surgiu na minha vida no momento mais difícil para mim.
Marlete desde de Março quando fui te visitar e te encontrei com um senhor de lá para cá resolvi não te procurar mais. O nosso lance foi ótimo você é uma ótima mulher eu até pensei em ir a Porto Alegre para ti ver mas gastei todo o dinheiro da minha rescissão pagando contas e festas.
Marlete gostaria muito que você me escrevesse me contasse um pouco da tua vida.
Acho que vou embora de Vacaria buscar uma nova vida, novos horizontes e um novo amor. Conhecer gente nova e recomeçar tudo de novo.
Marlete a minha luta como dos demais companheiros não para, um dia esse pais vai ser ótimo de se viver e todos poderemos repartir com igualdade e fraternidade os meios de produção.
Chega o fim de tarde o sol se pondo de mansinho no horizonte me dá uma de viajar e ir até o Porto. Não sei mas me sinto tão bem em Porto Alegre caminho pelas ruas como se estivesse caminhando no céu. As pessoas, os intelectuais, os poetas, músicos e artistas transmitindo aquela mensagem de vida.
Amo Porto e Amo Marlete nas margens do Guaíba.



Autor: Paulo Furtado
09/05/1990



terça-feira, 6 de agosto de 2013

Nos braços de uma mulher

Como tem sido rotina
Sempre estou triste e sozinho
Sonho com a companheira ideal
Meu pensamento flutua pelos céus do mundo
Meus lábios se perdem em outras bocas,
Meu coração sempre é ferido
Nos braços de uma mulher eu choro
Como uma criança que perdeu um brinquedo
Mas como adulto nos braços de uma mulher eu choro porque perdi mais uma vez um amor,
pelos bordeis eu ando buscando companhia
Bêbado pelas ruas eu viajo pelas estrelas
A noite tão misteriosa e fria
Caminho buscando soluções para os meus problemas
Caio nos braços de várias mulheres que não me amam
Queria estar nos braços da mulher que amo
Mas infelizmente é impossível
Porque a mulher que eu amo
Não me ama
E com a dor do desprezo
Sigo o meu caminho com muita garra e fé,
Buscando dias melhores e um lugar ao sol na montanha mais alta do planeta
Para poder estar bem mais perto do céu.

Autor: Paulo Furtado
06/05/1990