Quando chega a noite
Escuto o rufar dos tambores africanos
Sinto a minha africanidade mais forte
Sinto a dor do escravo chicoteado no tronco
Sinto a liberdade de ser negro
Que coisa engraçada percebo como a minha raça
É linda
O quanto contribuímos na cultura e no trabalho para esse pais.
Fomos trazidos na força da chibata
Nos navios negreiros
Nos arrancaram da terra onde eramos reis
Viemos para o Brasil para sermos explorados
e humilhados como seres humanos
hoje o povo negro traz consigo a marca do genocídio que os nossos antepassados passaram
Quando lembro da nossa história sinto orgulho em ouvir falar de Zumbi dos Palmares
Que lutou até a morte para ver o povo negro livre
Hoje estamos nas favelas jogados e marginalizados
por uma sociedade branca racista
Mas lutamos dia a dia
para conseguirmos o nosso espaço cultural
Nas ruas e nas organizações
O negro deixa sua presença marcante
sem nós esse pais não seria o que é hoje
Axé raça de fibra e coragem
Raça alegre e mistica
Raça bonita da cor negra.
Vacaria RS, 15/11/1990
Autoria: Paulo Furtado
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