Tu andas com teu caminhar elegante
Com teu olhar e jeito de criança
Menina Mulher
Que às vezes parece ter cabeça
Mas infelizmente não Possue nada na cabeça
Você morena linda
Que um dia amei
Que acariciei e beijei teu corpo
Morena que sente o calor do teu corpo
Que beijei tua flor
Que acariciei teus quadris
Que beijei teus lábios
E que por momentos que pensei em ti querer
Ando só e triste
Vejo você nos braços de outros
transando como um animal em desespero no cio
Vejo você passar na frente da mina casa
E me dá uma saudade
dá vontade de ti abraçar
E levar você para u lugar bem distante
Para morarmos juntos depois das estrelas,
Reflito e sei que é impossível
Uma meretriz
Uma puta de bordel me querer
Me debato
Me torturo
Sei que não sou mais o mesmo
Sinto que você nunca vai ser minha
Ando sozinho a procurar
Nos astros e estrelas
A deusa do mar
ou a deusa do céu
Sei que em sonhos e fantasias
Eu vou me machucar
Talvez a espada celeste
Atravesse o meu peito
E sangre o meu coração
Voando por entre trevas
igual a um pássaro perdido
No submundo da noite
Pousando nos bordeis
E ti vendo rainha da noite
vestida de preto
E tendo seus amantes a seus pés
E me sentindo desprezado
Me sinto o outro na sua vida.
O descartavel
Que foi usado e depois fui posto fora
Do lixo
Saio a procura
Nos becos escuros
da noite
a rainha do mar
por entre ondas e areia
ei de amar
Quem sabe uma linda mulher
Linda como Issis
E morena como Iemanjá
Forte como Diana
ou charmosa como Afrodite
Vou deslizando pelo Arco-íris
Buscando o reino de Odin
com a espada de Ogum
Eu busco eliminar os obstáculos
Mergulhando no mar
Eu sinto você
Me abraçando e me beijando
como dois namorados
por momentos sinto que você é minha
Mas tudo somente é ilusão
Porque ao nascer do sol
Tudo volta a realidade
E a deusa meretriz
Sumiu como o vapor
para nunca mais surgir
no meu coração.
Autor: Paulo Furtado
Vacaria, 20 de Novembro de 1990