No barracos que são as senzalas, estamos nós negros
Nas fábricas e pomares que são os canaviais de engenhos onde somos escravos remunerados,
Ganhamos um salário minimo que não dá para viver,
A nossa cultura é desrespeitada e massacrada
Somos massa de manobra dos políticos
Trabalhamos de sol a sol
Com a carteira vazia andamos pelas ruas,
Temos esperança de que um dia colheremos os frutos da nossa luta contra o racismo
Um dia seremos reis como os nossos antepassados foram na Mãe África,
Poderemos beijar nossas negras
As negras beijarem seus negros
Queremos correr felizes pelos parques e praças com os nossos negrinhos
Uns falam que após a tempestade vem a Bonanza
E com ela vem o arco-íris que simboliza a liberdade do povo negro
No horizonte o sol está se pondo
Olhando o sol se por parece que ele está falando de esperança e liberdade para a negrada que construiu esse Brasil com suor do trabalho escravo
Vacaria RS, 23/02/1992
Autoria: Paulo Furtado
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