segunda-feira, 18 de abril de 2011

Todas as tardes eu vou para janela da minha cabana só para ver ela caminhar na praia,
Fico aqui contemplando aquele quadro lindo vendo ela deitada na areia tomando seu banho e ao fundo o imenso azul do mar,
Ela me fascina tanto que chego a sentir sensações extra terrenas,
Aquele corpo moreno queimado do sol como eu queria toca-la e beija-la por toda vida.
Eu me lembro daquele dia em que nos encontramos num dia  de chuva  de verão,
Ela estava com uma mini saia bem justa nos quadris,
Seus cabelos molhados e seu sorriso lindo que saia de seus lábios pequenos que tanto eu queria beijar,
Ela está tão perto de mim mas longe do meu coração,
Escrevi vários poemas falando do meu amor mas eu não tenho coragem de me declarar,
Sinto que ela é a mulher dos meus sonhos mais o destino não quer nos unamos,
O meu único consolo foi de ter beijado o rosto dela uma vez,
Vejo ela sair todas as noites com o seu namorado,
E eu também saio solitário pelas ruas olhando as estrelas,
Penso quando vai ser o dia que o meu amor por alguém vai ser correspondido,
O passado começa o tomar conta da minha vida,
Vou para casa,
Amanhece o dia,
vou caminhar pela praia,
A brisa suave de mansinho bate no meu rosto,
A praia está quase deserta procuro a resposta da minha solidão,
De repente eu paro em um ponto distante eu vejo um corpo deitado na praia
Vou correndo para ver o que aconteceu várias pessoas começam a rodear aquele corpo,
Quando eu chego perto um espanto e horror toma conta de mim,
Vejo que é ela que está no chão da areia que de amarela se torna vermelha de sangue,
Eu choro porque o amor da minha vida a garota que desejei tanto agora está morta,
Choro, berro e pergunto a Deus por que ela?
Após alguns meses da morte dela,
Volto para aquela praia,
Sento na areia e fico olhando o mar e aquela brisa suave bater no meu rosto novamente como naquele dia em que ela morreu,
Começo a sentir que a brisa é o beijo dela
Sinto o meu corpo mais leve
Um azul começa a tomar conta do meu olhar
Dois portões grandes se abrem para mim,
Vejo que é ela que vem me receber,
Ela me abraça e eu a beijo,
Sinto uma sensação diferente
Começo acariciar o seu corpo todo,
Olho para o seu rosto vejo de perto como ela ficou mais linda,
De repente um estalo soa no ar e eu volto a realidade,
Senti novamente o meu corpo carnal
Percebo que tinha voltado do paraíso dos mortos,
Não sei quando vai ser o dia que voltarei para lá,
Um dia eu sei que encontrarei ela novamente para nos amarmos por toda eternidade lá no paraíso de Deus,
Ou quem sabe eu a ame em outra encarnação terrena.

Autor: Paulo Furtado       05/05/1986

Nenhum comentário:

Postar um comentário