terça-feira, 15 de março de 2011

Os amigos que nunca se encontram

Olhando da janela do meu apartamento vejo as "formiguinhas" lá em baixo caminharem cada um para um lado diferente sem se cumprimentarem e sem olharem.
A gente que tem fé acredita e tem certeza que no dia que morrermos todos iremos para algum lugar que não sabemos a onde fica.
Eu observando as "formiguinhas" humanos fico meditando uma duvida e começo a me perguntar será que quando morrermos encontraremos os nossos amigos terrenos?
Quanta gente eu conheci nesta minha vida
Quantas emoções eu vivi
Eu acho se não existir alguma coisa após a morte não haveria graça nos vivermos,
Como seria bom encontrar todos os meus amigos que conheci em vida lá no lugar dos mortos,
Tenho certeza que formariam uma comunidade de jovens e os bons tempos vividos aqui na terra voltaria lá também.
Como eu gostaria de encontrar também as pessoas que rapidamente passaram pelas nossas vidas e deixaram boas recordações e aquelas pessoas que na terra há anos a gente não vê e nem sabe por onde andam,
Gostaria de encontrar lá no paraíso das almas a "gatinha" que eu mais quero na terra.
Como eu queria que tivesse uma praia e que eu e a minha "gatinha" pudéssemos nos amarmos numa noite estrelada de lua cheia,
Como eu gostaria que tivéssemos um festival de rock  e eu pudesse encontrar Janis Joplin, Elvis Presley, Jimmi Hendrix, Lennon e Carppentrs.
Como eu gostaria de subir no morro mais alto do paraíso dos mortos num dia de céu azul muito sol e que a brisa suave batesse no meu rosto que eu voasse bem alto de asa delta e me sentisse um Deus nas alturas.
Chega a noite saio a caminhar pelas ruas dessa grande capital vejo as luzes das boates as pessoas dançando,
Olho para o manto negro do céu e começo a observar as estrelas aparece a lua tão bonita como uma mulher vestida de branco desfilando pela noite
Começo a sentir uma saudade de algum lugar, de alguma pessoa que deixei em qualquer parte desse mundo ou de outra vida que vivi. antes dessa,
Continuo minha caminhada pela cidade vejo marginais roubando e matando vejo prostitutas fazendo ponto nos metro, vejo crianças dormindo pelas ruas e depois de ver esses espectáculos deprimente vou de volta para o meu apartamento,
Vou para janela e torno a observar o céu estrelado fico imaginando onde será que anda aquelas pessoas que conheci no passado a onde será que vivem?
Será que já morreram?
Começo a pensar como o tempo pode ser tão ingrato com a gente as coisas passarem tão rápidos.
Lembro das minhas paixões de adolescentes e dos dias de inverno de 1977.
As vezes vou na minha cidade encontro pelas ruas muitas garotas que eu me apaixonei no passado e vejo elas com os seus esposos ou namorados. Fico feliz de ver elas felizes em suas vidas.
Mesmo nesta cidade grande vivo sozinho como lá no interior continuo a procura da mulher dos meus sonhos que não sei há onde anda as vezes penso que vou morrer nunca vou encontrar essa "gatinha".
Olhando aquela constelação de estrela lá no escuro eu começo a me perguntar por que será que as pessoas de diferentes lugares não voltam a se encontrar em outra parte do mundo.
É uma pergunta que sei pelo resto da vida não encontrarei resposta.

Autor: Paulo Furtado                      21/01/1986

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